Os impostos pagos pelas grandes empresas e bancos, especialmente aqueles que incidem sobre o lucro da atividade, mostram forte queda neste ano e puxam as receitas da União para um nível ainda mais baixo do que o previsto, o que pesa contra o ajuste fiscal do governo. No primeiro semestre, a queda real da receita do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das grandes empresas atingiu 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as receitas totais caíam 1,7%. Desde março, a retração mensal dos dois tributos tem ficado perto de 28%, em termos reais. Isso sugere que o recuo desses recolhimentos está derrubando a arrecadação federal.
Na avaliação de economistas e tributaristas, essa queda mistura perda efetiva de rentabilidade das empresas com uma política defensiva para retardar pagamentos de impostos, uma vez que essa operação é mais barata do que a tomada de empréstimos nos bancos. Além disso, a proliferação de programas de refinanciamento de dívidas tributárias e a regularização das relações do Tesouro com suas estatais ajudaram a reduzir os pagamentos de impostos.
Fonte: Valor, 20/07/2015.